TÊRMO
A palavra sol
Que se põe na página
Não mais a ilumina
Nem seca a palavra
Lágrima.
Para o horizonte
Da última linha
A dor não declina.
COTIDIANO
Troco uma lâmpada
E penso na origem
Do universo.
Ponho o lixo para fora
E me pergunto
Sobre as auroras boreais.
Enquanto amarro
Os cadarços dos sapatos,
Lembro-me dos bisões
Da gruta de Lascaux.
É assim:
Sempre estou aqui
E jamais estou.
TRANSEUNTE
O carro de Apolo
Parou no sinal
Vermelho.
Rápido, atravesso
A principal celeste
E pego uma transversal
Noturna.
O MALMEQUER
O meu humor
Tortura a flor
Da manhã clara:
Arranca-lhe
Sem alternativa
As pétalas pétreas
De opala.
QUATRO MARAVILHAS POETA,COMO APRENDO LENDO TEUS ESCRITOS,OBRIGADO.. GAGAU
ResponderExcluireste Cotidiano ensandece a ordem natural das coisas, quem se habilita ao normal,
ResponderExcluirabraço
belíssimo, adorei a sincronia dos poemas com qualidades essenciais das vivências.
ResponderExcluirGrande beijo!
Muito bons, poeta! Grande abraço!
ResponderExcluiràs vezes as palavras não chegam para iluminar, mas no teu caso guiam
ResponderExcluirbeijo
Cotidiano. Encarno o poema e agradeço essa sensibilidade que traduziu tão bem o meu próprio cotidiano também.
ResponderExcluirBeijos, Marquinho.
O eterno no ser humano sempre está cotidianamente. É dele também a mão que desenhou nas cavernas ou fabrica o poema.
ResponderExcluirEliane F.C.Lima ("Poema Vivo" e "Literatura em vida 2")