Sequer sinto
CHEIA
Com dejetos,
Segue assoreado
E
feito
FOLCLÓRICO
Não aplique mais às nuvens
A imagem de um rebanho
Conduzido por amoroso pastor:
É algum flautista desmedido
Que as escolta para a queda
No abismo.
OCTETO
Ele queria saber se ela possuía pontos fracos ocultados pelas palavras. Mordia-lhe os tendões de Aquiles.
2
Suas panturrilhas o fascinavam, era como se ela estivesse continuamente na ponta dos pés sem sapatilhas.
3
Perguntava-se sobre sua alma feminina: seria tão doce quanto suas virilhas?
4
Seus grandes lábios, escondidos por um tênue véu de algodão, pulsavam úmidos com vitalidade animal, em incessante oratória.
5
Não era pouca coisa abrir-lhe a pequena concha do sexo, pronta para ser arrebatada pela espuma de uma onda vinda de longe. Afrodite e sua concha sedenta de espumas.
6
Uma grande mulher com pelos pubianos recendendo à embriagante maresia. Mas o púbis de Afrodite não é qualquer território livre, qualquer varanda aberta...
7
Sua nuca parecia uma ilha secreta onde Eros brincava com Psiquê. Eles deslizam por sua espinha, kundalini-onda marinha, fazendo suas nádegas tremer.
8
Ele se deixava arrebatar por aquela liturgia sensual de palavras rebeladas e sedutoras, toda uma poética inesperadamente construída para se repetir e se repetir a cada ato de se despir.