MANTER O FOGO
Há momentos
De sol de meio dia dentro do meu crânio fixo
A meio caminho entre o leste e o oeste.
É quando as lupas dos meus
cristalinos
Direcionam um raio calorífico intensíssimo
Sobre alguma coisa ínfima e
insignificante,
Até que uma fagulha inflame essa
ninharia
Tornando-a, de súbito, lenha
fundamental,
Imprescindível para reavivar a universal fogueira.
REMANESCÊNCIA
Desconfio que as flores
Os pássarosse os peixes
Riem da minha pretensão
De lhes furtar os nomes.
E as grandes máquinas anônimas
E os instrumentos indiferentes
E frios sem etiquetas
Também riem com sarcasmo
Quando lhes aplico nomes
De flores, de pássaros, de peixes.
E daí que gracejem?
Desgarrados e desocupados,
Por último riem os nomes
De coisas agora extintas.
No fim, se ri demais sem porquês... Remanecência me lembra muito de várias coisas que perdeu ou deixei perder o sentido. Aplausos!
ResponderExcluirManter o fogo: perfeito, Marquinho!
ResponderExcluirBeijos,
Teus poemas são tão originais que às vezes preciso ler duas vezes. Mas sempre fazem um sentido completo.
ResponderExcluirBj
Teus poemas são muito originais, e às vezes preciso ler duas vezes para chegar ao sentido completo. Que nunca lhes falta.
ResponderExcluirBj
é folia da poesia
ResponderExcluirdeixar tudo meio fora de lugar
a galhofa é boa
e o poema mais ainda
abração
Gostei muito do teu blog. Parabéns!
ResponderExcluirVem conhecer o meu:
leiakarine.blogspot.com
Sempre que passo aqui não perco a viagem! Tua poesia é rica, nutritiva. Tanto, tanto, que alimenta milhares de interpretações.
ResponderExcluirQue bom!