Como ter a disponibilidade criativa e lúdica de um anônimo construtor de castelos de cartas que se submete apenas às injunções do próprio medo (sagrado medo!) de que eles desabem diante dos seus próprios olhos?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Trânsito

Como parto de mim
para o restante,
esse ato de pássaro,
vôo em arco
entre dois pontos?


Como parto de mim?
Sem mapa e estrada?
Sem fio-memória
num labirinto aéreo
sem entrada?


Como parte de mim
a minha verdade?
Como entrave?
Soma que se multiplica
ou divisão sem inconsciente?


Como parte de mim
meu eu que se reifica?
Como parte do todo
que não participa
de mim?


Como parto para o mundo?
Num ciclo de gerúndios?
Parte-se o mundo
se me reparto em dois,
um, precipício direto,
outro, trânsito e afeto?

Nenhum comentário:

Postar um comentário