Primeiro, as nuvens; o fato de que passam silenciosas após sugerirem imagens dissolventes. A metamorfose contínua e o desaparecimento.
Em seguida a dança, ideal metáfora da vida. A música: os fatos do mundo, as circunstâncias mutáveis ou não. O dançarino é o sujeito que se expressa a partir da música e não através dela. O sujeito escolhe o gesto, entre os muitos possíveis, que possa reger a música: isto ou aquilo. Dançar na música, ser maleável, porém, único e expressivo.
Terceiro, o ato de desbastar, tirar de si, lançar fora o excesso como um escultor que busca uma imagem leve refletida na matéria bruta e pesada. Não a modelagem por acréscimo, mas o corte daquilo que obstrui a irrigação da pedra pela luz. Sobretudo para lançar fora toda convenção inútil e nodosa que asfixia os pulmões da pessoalidade.
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ResponderExcluirSíntético e preciso!
Toda arte exige essas capacidades de quem entra nela.
Parabéns, teu texto é uma arte.
Nem mais, nem menos, ao meu olhar.
Um abraço
Salete
gostei desse seu empreendimento. acho q o problema não são as metáforas, mas as abordagens q se fazem delas. o negócio é saber trazer uma proposta nova. isso é q é bacana.
ResponderExcluircomo fizeste aqui.
Marcantonio, gosto muito do seu poeta e gosto muito desse seu pensador!!!
ResponderExcluirEu até ia comentar, mas acabei fazendo um poema. Pra você. http://poesiatorta.blogspot.com/2010/07/357.html
ResponderExcluirBeijo grande grande sempre.
Uau! Eu que amo dançar, amo a música, as artes plásticas, e ainda, posso ver tudo se aprumando aqui em suas letras, outra arte, sinto-me aninhada aqui.
ResponderExcluir=)
Salete, que bom que você retornou. Capacidade de síntese é qualidade a qual a gente mais aspira. Se você diz que aqui eu a alcancei, fico feliz.
ResponderExcluirUm abraço, Salete.
Ryan, você está certo. Se nós temos essa prerrogativa de propor e ensaiar, por que abrir mão dela, não é? Afinal, pode ocorrer de conseguirmos acertar na construção de um pequeno degrau que outro possa utilizar como base para novas proposições. E assim sucessivamente.
ResponderExcluirGrande abraço!
Bípede, e eu gosto muito quando você agrega esse pronome possessivo ao poeta e ao pensador. Faz com que pareçam como que facetas independentes, entidades, alguma coisa como o daimon socrático. Muito legal essa forma bípede de dizer.
ResponderExcluirMas, pensador? É, tudo bem, num sentido amplo.
Obrigado, Bípede.
Abraço.
P. S. Estava pensando em iniciar uma campanha pela permanência do quadro da bípede. Mas que
capacidade de mobilização eu possuo? Rs.
Kenia! Eu vi, eu vi e fiquei emocionado. Você é como uma designer de jóias feitas de palavras. O que a move é humanismo puro. E vou guardar essa jóia poética que me torna melhor do que sou!
ResponderExcluirBeijão, Kenia!
Ô Lara, que bom isso! Olha que, por acaso eu já tentei unir prumo e pêndulo numa linha só.
ResponderExcluirBeijo.
Olha, Marcantonio, considero a Música a síntese
ResponderExcluirde todas as Artes! Não sei se concordo contigo
quando dizes "três metáforas gastas". Quando
ouço música, costumo ir às nuvens, e, dependendo do ritmo, sinto vontade de dançar.
Então, não consigo separá-las. A música e a dança são quase que "irmãs siamesas" que nos transportam para as "nuvens". Estas por sua vez, como bem disseste, dissolvem-se, mas estão em permanente estado de transformação...
"Desbastar" o barro ressecado e às vezes, carcomido de nossa mente, as ideias retrógradas
e preconceituosas, é um exercício de fundamental importância. Tudo o que escreveste
aqui, é de fato importantíssimo e "novinho em folha", já que precisamos pensar nisso todos os dias, até o resto de nossas vidas. Suponho.
O Homem começou a dançar muito antes do aparecimento da música, quando temia o barulho dos trovões e a luz dos relâmpagos. Acho fascinante conversar sobre tudo isso e agradeço-te a oportunidade que ofereces em teu espaço. Creio que vou gostar de vir mais vezes por aqui para trocarmos ideias.
Beijooo