Como ter a disponibilidade criativa e lúdica de um anônimo construtor de castelos de cartas que se submete apenas às injunções do próprio medo (sagrado medo!) de que eles desabem diante dos seus próprios olhos?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Três Poemas Curtos

ÁRIDO


Almejo uma aridez primitiva,
de campina filamentosa
onde os sonhos se arvorem
           concretos,
surgindo, críveis, do chão
(flores               espinhos)
com brutal estabilidade. 




OUTRA BELEZA


Que as minhas mãos
lutem com a argila
como um predador 
com sua presa:


o que resultar será
instintividade pura
ou brutal beleza.




PRESSÃO


Numa caldeira exígua
os desejos se chocam
em ebulição.
A alma escapa
pela válvula, 
vapor que nada é
senão impressão.

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