Talvez eu conceba a minha vida como uma narrativa, dessas carregadas de detalhes irrelevantes e descrições obsessivas e desnecessárias. De tal modo me impaciento com a passagem natural dos dias e suas incontornáveis 24 horas, que gostaria de poder suprimir os circunlóquios, as tramas secundárias costuradas pelos minutos e os intermináveis diálogos dos personagens coadjuvantes.
É insuportável viver assim, almejando pular capítulos. Pudesse dar aos meus dias as feições circunstanciais dos poemas, autônomos, bastantes a si mesmos! Abandonar a lógica conectiva da prosa que pressupõe culminâncias e desfechos! Mas é impossível. Os dias são tão solidários em causalidades e consequências...
Talvez a alternativa seja tentar a prosa-poética.
É insuportável viver assim, almejando pular capítulos. Pudesse dar aos meus dias as feições circunstanciais dos poemas, autônomos, bastantes a si mesmos! Abandonar a lógica conectiva da prosa que pressupõe culminâncias e desfechos! Mas é impossível. Os dias são tão solidários em causalidades e consequências...
Talvez a alternativa seja tentar a prosa-poética.
Viver poeticamente, talvez voar.
ResponderExcluirÊita, meu caro! Viver em prosa e em meio ao prosaico da vida é um nó a ser sempre desatado. Ou não! Que de poético, verdadeiramente, só quando se vai buscar mesmo no âmago do mínimo dos mínimos detalhes das vivências e experiências. A gargalhada ingênua de uma criança ante uma cena de desenho animado... Meu Vinícius me ensina quase todos os dias. Ainda chego lá! Belos textos. Se isso não for poesia grande... o que é? Gostei à beça!
ResponderExcluirÉ, Dalva, voar: um pouco Ícaro, um pouco Dedalus.
ResponderExcluirObrigado. Um abraço.
Obrigado, Rangel. De fato, para um viver poético só mesmo a partir das pequenas e inesperadas coisas. Façamos delas mosaicos pessoais. Um abraço.
Brotou um sorriso aqui.
ResponderExcluirBoa solução a sua. Cheguei à mesma conclusão. E te digo: tenta que dá pé. rs
Beijo!
Tentarei, Sylvia.
ResponderExcluirBeijo.