Sou um caso típico
De desperdício de si mesmo.
Como se me fendesse
A artéria femoral da alma:
Pressão com as mãos!
Torniquetes!
Paramédicos!
Emergência!
Tudo em vão.
Vaso inapelavelmente,
Enquanto nós tentamos me conter.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
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Olá,
ResponderExcluirTive contato com o teu blog no da Adriana Karnal-Poemas.
Agora vim conhecê-lo e seguí-lo.
Desde já és convidado a visitar o meu.
Saúde e felicidade.
João Pedro Metz
"...enquanto nós tentamos me conter...". Acho que hoje não é um bom dia para eu comentar posts (cinzento), mas vamos lá, pelo menos para registrar a coincidência na impressão já no primeiro verso, antes de ver abaixo o vídeo: lembrei do Dom Quixote, não a música do Engenheiros (que só me atentei depois), mas do próprio personagem de Cervantes. Que estranho, não? Em seguida vi o vídeo e pensei: nossa, que sincronicidade! "Tudo em vão"...? Sei não, mas você continua primoroso em sua expressão, parabéns.
ResponderExcluirAbraços,
Tania
Boa noite, Marcantónio
ResponderExcluirÉ muito interessante a rede que se vai criando com os nós que nos vamos dando. Eu espreito aqui, tu espreitas ali, ele espreita acolá e às tantas andamos todos a espreitar todos sem que o tempo nos chegue para em todos deixar a pegada.
Que belos poemas os que aqui vão nascendo. Ando encantado com a descoberta da palavra que cruza o atlântico em navios de poesia e de sonho. Em viagem permanente.
Bravo, Marcantónio. Parabéns. Vim para ficar.
Abraço
ah, Marco! eu não quero conter não, quero mais é que vaze, extravase, transborde...que tua alma nos inunde com toda a tua arte
ResponderExcluiracha isso desperdício? (lá vem o marcantonio com seu pessimismo!! rs) pois eu acho encantador!
adorei o poema! e adoro engenheiros, faz parte da minha história (e o humberto, hummm, tava ótimo nesse show quando eu assisti..rs)
prazer, Dom Quixote! por amor às causas que valem a pena...
um beijo(grande) pra ti!
JPM, obrigado. Sem dúvda que irei visitar o seu blog.
ResponderExcluirTudo de bom!
Uma abraço cordial.
Uau, poeta, dá vontade de roubar esse poema para dentro de mim, na verdade, é o que fiz ao ler. Incrível!
ResponderExcluirBeijos.
Tânia, do Dom Quixote não me arredo.E sobre o Caso Típico, vou lhe ser sincero. É poema verdade, é a impressão real que tenho de mim. Por trás dessa expressão primorosa a que você se refere está apenas a verdade em essência. Mas acho que isso não é ruim não. Por isso que falo sobre arte e auto-conhecimento. Alguma coisa nos reflete no que fazemos e depois vamos nos reelaborando.
ResponderExcluirAbraços.
↓
ResponderExcluiresVAIndo... foi!
Jad, obrigado. Achei perfeita essa sua descrição desse processo de troca e intercâmbio entre blogs. Realmente não há tempo para deixar pegada em todos que nos agradam. E como aprecio essa viagem permanente, transatlântica! Tenho conhecido boas coisas.
ResponderExcluirObrigado sinceramente por sua opinião, jad. Passarei pelo seu blog para conhecê-lo melhor. E volte sempre, sim.
Abraço.
Andrea, gostei muito do seu comentário. Obrigado. O meu pessimismo é uma espécie de contraponto às facilidades da ilusão. Se não podemos escapar de ter algumas, dá para moderá-las. Rs.
ResponderExcluirMas eu acho que as causas que valem a pena são as aparentemente perdidas e desdenhadas pela impressão dominante.
Beijo.
Lara, obrigado. É verdade, a leitura é um assalto! Justificado por afinidade.
ResponderExcluirBeijos.
Tonho, é isso aí, já tô indo. Se pudesse ainda colocaria aquele símbolo da reciclagem com um X vermelho por cima. Este frasco não é retornável! Rs.
ResponderExcluirFui!
Mas fica um abraço.
Marco, penso que na vida só trocamos de ilusão...tem até gente que acha que pode viver sem (pode ilusão maior? rs)
ResponderExcluiracho que as causas que valem a pena são as que valem a pena, se perdidas ou achadas, importa pouco, mas concordo contigo sim, geralmente essas não são as das impressões dominantes (embora dominantes, para mim, sejam as minhas)
mas voltei aqui porque vi o jad e pensei numa coisa em comum entre vocês, tu posta "serei poeta?" ele, "talvez poemas"...
e quer saber? falsa modéstia dos dois! que, cada qual a sua maneira, escrevem coisas que fazem um instante de leitura valer um dia inteiro
tá, agora eu paro de falar (hoje tô mesmo tagarela...rs)
beijo, beijo pra ti
insistente na displicência do viver...rsrsrs boa! sempre é bom passar por aqui...
ResponderExcluirLi o Caso Típico lá no Mínimo, e ele não me sai da cabeça!
ResponderExcluir"Enquanto nós tentamos me conter", taí a partida e a chegada, este é um nó.
ResponderExcluirabração
Marcantonio,entendo o que você diz.Mas,olha, eu vejo verdade em todos os poemas seus. Em todos os seus poemas sinto uma vontade de ver-se de fora, de compreender-se, de enxergar com mais nitidez seus cômodos mal iluminados. Acho que essa é uma das razões de seus poemas terem me cativado tanto: são tentativas de ver-se e mostrar-se para ser visto e criar esse diálogo com o outro. Algo como: decifrem-me com o seu olhar, devolvam-me algo de mim que ainda não vi. E a verdade sempre traz\ beleza, por isso são poemas que ecoam em que os lê.
ResponderExcluirAbraços,
Tãnia
há momentos em que os paramédicos se tornam desnecessários. precisamos, unicamente, das nossas mãos para vazarmos o desperdício e renascermos num novo fluxo líquido dentro e fora das veias.
ResponderExcluirum abraço!
Gostei muito do seu blog.
ResponderExcluirVoltarei mais vezes.
Um abraço,
Talita
História da minha alma
Sensibilidade, profundidade lírica e existencial é o que sinto e vejo em seus versos caro poeta... Grande abraço e obrigada pelo imenso carinho em meu cantinho.
ResponderExcluirimagens certas para um dia como o de hoje, o ir e vim da música nos teus versos são por certo elegantes
ResponderExcluirAndrea, é, acho que as causas, numa perspectiva ampla, são abstrações que se tornam concretas pela vontade do indivíduo. Mesmo que sejam causas coletivas. E sempre uma busca de sentido para o indivíduo. Atualmente a causa dominante parece ser a de não ter causa nenhuma, apenas gozar superficialmente todos os efeitos do consumo. Se é o que os indivíduos querem quase sem querer...
ResponderExcluirPoxa, já desisti de explicar essa aparente falsa modéstia. Rs. Visitarei o jad. Tirarei isso a limpo! Rs.
Beijo.
Olá, Susana! Uma displicência tensa. Quase uma mentira piedosa para mim mesmo.
ResponderExcluirAbraço.
Bípede, essa sensação de mim que me levou a escrevê-lo também não me larga. Ela sim, permanece e não se esvai.Mas se a sensação existe, é porque ela pede uma resposta.
ResponderExcluirAbraço.
Assis, nó górdio ou nó na garganta? A este último
ResponderExcluiro sujeito pode desatar.
Abração!
Tânia, o que você escreveu é muito bonito! Sobretudo esse devolver a mim o que de mim ainda não vi. Eu acho que é verdade, mesmo que isso se dê de modo inconsciente, ou talvez por isso mesmo. Mas veja isso:
ResponderExcluirA aranha passa a vida
tecendo cortinados
com o fio que fia
do seu cuspe privado.
Jamais para velar-se:
e por isso são ralos.
Para enredar os outros
é que usa enredados.
Ela sabe evitar
que a enrede seu trabalho,
mesmo se, dela mesma,
o trama autobiográfico.
E em muito menos tempo
que tomou em tramá-lo,
o véu que não a velou
aí deixa, abandonado.
Você deve conhecê-lo, Formas do Nu, do João Cabral de Melo Neto. Sensacional. Vejo nessa aranha a representação do artista.
Abraço.
Jorge, é verdade. É o que falo sobre o reelaborar-se. Fechar esse ladrão por onde nos desperdiçamos, instalar uma bóia que evitará a perda do que foi armazenado ao atingir-se o nível ideal, e , plenos de nó mesmos, encontrar uma forma de nos destribuirmos em ganhos para nós mesmos e para os outros.
ResponderExcluirAbraço!
Talita, obrigado. Passarei para conhecer o seu História da Minha Alma, com certeza.
ResponderExcluirUm abraço.
Úrsula, obrigado. Olhe, o Sempre Poesia pode ser um cantinho pelo ar de aconchego com que você o adornou. Mas, pela elevação do tom poético ele se mostra um espaço amplo, com altas colunas.
ResponderExcluirAbraço.
Ô Ediney, obrigado. Costumo dar a essa palavra "elegante" um sentido particular, uma certa forma de manejar a simplicidade de maneira harmônica. Aliás, sei lá se é mesmo particular ou se é o sentido dela mesma.
ResponderExcluirAbraço.
Inteligente e sensível, como não poderia deixar de ser o que você escreve. Nós temos a maior sorte que você jorre feito fonte e nos regue a todos com sua doçura. Mas eu sei que no final do dia, você pode se sentir fraco. Perder muito de si mesmo enfraquece a gente e deixa os naturalmente fracos aos frangalhos. Você é forte, você se doa, por isso não precisa se preocupar nunca: se um dia precisar de transfusão, quem já recebeu de você, pode doar-te volta. Beijo grande grande, Marco!
ResponderExcluirKenia,como é bonita a palavra transfusão, não é? Fundir-se além pelo sangue, pelo ânimo, pelos sonhos, pelo sol consumido em comunhão. Acho que todos precisamos de transfusão. Mas ela também ocorre quase sem percebermos, como aconteceu agora ao ler o seu comentário. Obrigado, querida.
ResponderExcluirBeijão.
marcantonio, me desculpe discordar, mas, com versos como esses que nos traz, sua vida não é jamais um desperdício. licença de poeta, né.
ResponderExcluiradoro vir aqui.
beijos.
Marcantonio
ResponderExcluirQue beleza de poema!
Tema que poderia ser pesado, no entanto leve como pluma...
Adorei, amigo!
Grande abraço
Nina, que bom que você gosta de vir aqui. Traz luminosidade para cá. É, licença poética. Em parte, em parte...
ResponderExcluirBeijo, Nina
Olá Zélia! Obrigado. É verdade, poderia ser bem pesado se não tivesse alguma ironia, e até um leve humor.
ResponderExcluirMas que beleza aquele seu MOMENTO!
Grande abraço!
Marco, em resposta ao marcador "serei poeta?":
ResponderExcluir"Seria possível isso não ser um poema? Em que nicho estaria, então, entre a prosa, a canção, a música e a emoção-que-encontra-o-pensamento-que-encontra-palavras?
As palavras se rebelam contra essa condição de incerteza. Poema sim. Dos bons."
Poeta sim. Dos bons.
deu pra entender?
um beijo pra ti
Marco, conhecendo teu espaço, tua poesia.
ResponderExcluirO que é o poeta senão um desperdício de si mesmo? Um vazar tresloucado.
bela expressão poética dessa "realidade".
bjs.
Andrea, você me colocou numa sinuca de bico! Rs.
ResponderExcluirClaro que enquanto estava postando esse comentário lá, me lembrei do que você havia dito aqui. O "Serei poeta?" e o "Talvez poema" significam a mesma coisa, um se referindo ao criador, o outro à criatura.
Esse meu pudor! Tá bom, tá bom! Vou pensar. Rs.
Um beijo.
Ana Lucia, que bom que você chegou por aqui. Esse seu "vazar tresloucado" é muito bom. Somos doidivanas, como diria o Fouad Talal.
ResponderExcluirObrigado pela visita que irei retribuir com o maior prazer.
Beijo.
Muito interessante
ResponderExcluiro desperdício de si mesmo...
Adorei!
Um abraço,
doce de lira
Ô Renata, que bom vê-la de novo aqui! E essa sua simpatia irrestrita. Obrigado. Mas fico matutando uma forma de não ser tão perdulário, de poupar-me. Rs.
ResponderExcluirAbraço!
licença poética, quis dizer, motivos poéticos. como eu se disesse num poema, por exemplo, "ninguém me quer". a minha filha me quer, oras, mas é um desvario poético, um motivo. desculpa a má expressão.
ResponderExcluiroutro beijo.
Nina, eu não estava corrigindo a sua expressão não. Eu jamais faria isso. Eu pus uma vírgula depois do ( É,...) Como se dissesse:"É, você tá certa, escrevi como licença poética". Na verdade, não achei má expressão. Acho licença de poeta muito mais legal. Pois é ele que se apodera dessa licença.
ResponderExcluirLogo, não há o que desculpar.
Beijo.
"Enquanto nós tentamos me conter."
ResponderExcluirEste versos me traz tantas imagens...
Lau, suas poesias são supreendentes, obrigado por me oferecer estas pérolas :)
Beijos.
Isabella, obrigado. E não é que você me chamou de Lau? (Só pode ser o Siqueira). Nada de mau nisso, pelo contrário, afinal aprecio muito o trabalho dele. Embora não o tenha conhecido pessoalmente, estive bem próximo. Participei de um salão de Arte em João Pessoa quando ele era diretor da Funjope, instituição que organizava o evento. Muito bom poeta.
ResponderExcluirBeijo.
Marco, pela sinuca de bico, um sorriso pra ti!
ResponderExcluirA passagem por aqui transforma-se em um caso típico de encantamento sem volta! Lindo poema, lindo blog também. Sigo-te! Bjão!
ResponderExcluirDaniela, gostei do que você disse. Compensa este meu desperdício, rs.
ResponderExcluirObrigado, querida.
Beijo.