Como ter a disponibilidade criativa e lúdica de um anônimo construtor de castelos de cartas que se submete apenas às injunções do próprio medo (sagrado medo!) de que eles desabem diante dos seus próprios olhos?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Caso Típico

Sou um caso típico
De desperdício de si mesmo.
Como se me fendesse
A artéria femoral da alma:

Pressão com as mãos!
Torniquetes!
Paramédicos!
Emergência!

Tudo em vão.

Vaso inapelavelmente,
Enquanto nós tentamos me conter.


49 comentários:

  1. Olá,
    Tive contato com o teu blog no da Adriana Karnal-Poemas.
    Agora vim conhecê-lo e seguí-lo.
    Desde já és convidado a visitar o meu.
    Saúde e felicidade.
    João Pedro Metz

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  2. "...enquanto nós tentamos me conter...". Acho que hoje não é um bom dia para eu comentar posts (cinzento), mas vamos lá, pelo menos para registrar a coincidência na impressão já no primeiro verso, antes de ver abaixo o vídeo: lembrei do Dom Quixote, não a música do Engenheiros (que só me atentei depois), mas do próprio personagem de Cervantes. Que estranho, não? Em seguida vi o vídeo e pensei: nossa, que sincronicidade! "Tudo em vão"...? Sei não, mas você continua primoroso em sua expressão, parabéns.
    Abraços,
    Tania

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  3. Boa noite, Marcantónio

    É muito interessante a rede que se vai criando com os nós que nos vamos dando. Eu espreito aqui, tu espreitas ali, ele espreita acolá e às tantas andamos todos a espreitar todos sem que o tempo nos chegue para em todos deixar a pegada.
    Que belos poemas os que aqui vão nascendo. Ando encantado com a descoberta da palavra que cruza o atlântico em navios de poesia e de sonho. Em viagem permanente.

    Bravo, Marcantónio. Parabéns. Vim para ficar.
    Abraço

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  4. ah, Marco! eu não quero conter não, quero mais é que vaze, extravase, transborde...que tua alma nos inunde com toda a tua arte

    acha isso desperdício? (lá vem o marcantonio com seu pessimismo!! rs) pois eu acho encantador!

    adorei o poema! e adoro engenheiros, faz parte da minha história (e o humberto, hummm, tava ótimo nesse show quando eu assisti..rs)

    prazer, Dom Quixote! por amor às causas que valem a pena...

    um beijo(grande) pra ti!

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  5. JPM, obrigado. Sem dúvda que irei visitar o seu blog.

    Tudo de bom!

    Uma abraço cordial.

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  6. Uau, poeta, dá vontade de roubar esse poema para dentro de mim, na verdade, é o que fiz ao ler. Incrível!

    Beijos.

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  7. Tânia, do Dom Quixote não me arredo.E sobre o Caso Típico, vou lhe ser sincero. É poema verdade, é a impressão real que tenho de mim. Por trás dessa expressão primorosa a que você se refere está apenas a verdade em essência. Mas acho que isso não é ruim não. Por isso que falo sobre arte e auto-conhecimento. Alguma coisa nos reflete no que fazemos e depois vamos nos reelaborando.

    Abraços.

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  8. Jad, obrigado. Achei perfeita essa sua descrição desse processo de troca e intercâmbio entre blogs. Realmente não há tempo para deixar pegada em todos que nos agradam. E como aprecio essa viagem permanente, transatlântica! Tenho conhecido boas coisas.
    Obrigado sinceramente por sua opinião, jad. Passarei pelo seu blog para conhecê-lo melhor. E volte sempre, sim.

    Abraço.

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  9. Andrea, gostei muito do seu comentário. Obrigado. O meu pessimismo é uma espécie de contraponto às facilidades da ilusão. Se não podemos escapar de ter algumas, dá para moderá-las. Rs.
    Mas eu acho que as causas que valem a pena são as aparentemente perdidas e desdenhadas pela impressão dominante.

    Beijo.

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  10. Lara, obrigado. É verdade, a leitura é um assalto! Justificado por afinidade.

    Beijos.

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  11. Tonho, é isso aí, já tô indo. Se pudesse ainda colocaria aquele símbolo da reciclagem com um X vermelho por cima. Este frasco não é retornável! Rs.

    Fui!

    Mas fica um abraço.

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  12. Marco, penso que na vida só trocamos de ilusão...tem até gente que acha que pode viver sem (pode ilusão maior? rs)
    acho que as causas que valem a pena são as que valem a pena, se perdidas ou achadas, importa pouco, mas concordo contigo sim, geralmente essas não são as das impressões dominantes (embora dominantes, para mim, sejam as minhas)

    mas voltei aqui porque vi o jad e pensei numa coisa em comum entre vocês, tu posta "serei poeta?" ele, "talvez poemas"...
    e quer saber? falsa modéstia dos dois! que, cada qual a sua maneira, escrevem coisas que fazem um instante de leitura valer um dia inteiro

    tá, agora eu paro de falar (hoje tô mesmo tagarela...rs)

    beijo, beijo pra ti

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  13. insistente na displicência do viver...rsrsrs boa! sempre é bom passar por aqui...

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  14. Li o Caso Típico lá no Mínimo, e ele não me sai da cabeça!

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  15. "Enquanto nós tentamos me conter", taí a partida e a chegada, este é um nó.

    abração

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  16. Marcantonio,entendo o que você diz.Mas,olha, eu vejo verdade em todos os poemas seus. Em todos os seus poemas sinto uma vontade de ver-se de fora, de compreender-se, de enxergar com mais nitidez seus cômodos mal iluminados. Acho que essa é uma das razões de seus poemas terem me cativado tanto: são tentativas de ver-se e mostrar-se para ser visto e criar esse diálogo com o outro. Algo como: decifrem-me com o seu olhar, devolvam-me algo de mim que ainda não vi. E a verdade sempre traz\ beleza, por isso são poemas que ecoam em que os lê.

    Abraços,
    Tãnia

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  17. há momentos em que os paramédicos se tornam desnecessários. precisamos, unicamente, das nossas mãos para vazarmos o desperdício e renascermos num novo fluxo líquido dentro e fora das veias.
    um abraço!

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  18. Gostei muito do seu blog.
    Voltarei mais vezes.

    Um abraço,

    Talita
    História da minha alma

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  19. Sensibilidade, profundidade lírica e existencial é o que sinto e vejo em seus versos caro poeta... Grande abraço e obrigada pelo imenso carinho em meu cantinho.

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  20. imagens certas para um dia como o de hoje, o ir e vim da música nos teus versos são por certo elegantes

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  21. Andrea, é, acho que as causas, numa perspectiva ampla, são abstrações que se tornam concretas pela vontade do indivíduo. Mesmo que sejam causas coletivas. E sempre uma busca de sentido para o indivíduo. Atualmente a causa dominante parece ser a de não ter causa nenhuma, apenas gozar superficialmente todos os efeitos do consumo. Se é o que os indivíduos querem quase sem querer...
    Poxa, já desisti de explicar essa aparente falsa modéstia. Rs. Visitarei o jad. Tirarei isso a limpo! Rs.

    Beijo.

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  22. Olá, Susana! Uma displicência tensa. Quase uma mentira piedosa para mim mesmo.

    Abraço.

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  23. Bípede, essa sensação de mim que me levou a escrevê-lo também não me larga. Ela sim, permanece e não se esvai.Mas se a sensação existe, é porque ela pede uma resposta.

    Abraço.

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  24. Assis, nó górdio ou nó na garganta? A este último
    o sujeito pode desatar.

    Abração!

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  25. Tânia, o que você escreveu é muito bonito! Sobretudo esse devolver a mim o que de mim ainda não vi. Eu acho que é verdade, mesmo que isso se dê de modo inconsciente, ou talvez por isso mesmo. Mas veja isso:

    A aranha passa a vida
    tecendo cortinados
    com o fio que fia
    do seu cuspe privado.

    Jamais para velar-se:
    e por isso são ralos.
    Para enredar os outros
    é que usa enredados.

    Ela sabe evitar
    que a enrede seu trabalho,
    mesmo se, dela mesma,
    o trama autobiográfico.

    E em muito menos tempo
    que tomou em tramá-lo,
    o véu que não a velou
    aí deixa, abandonado.

    Você deve conhecê-lo, Formas do Nu, do João Cabral de Melo Neto. Sensacional. Vejo nessa aranha a representação do artista.

    Abraço.

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  26. Jorge, é verdade. É o que falo sobre o reelaborar-se. Fechar esse ladrão por onde nos desperdiçamos, instalar uma bóia que evitará a perda do que foi armazenado ao atingir-se o nível ideal, e , plenos de nó mesmos, encontrar uma forma de nos destribuirmos em ganhos para nós mesmos e para os outros.

    Abraço!

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  27. Talita, obrigado. Passarei para conhecer o seu História da Minha Alma, com certeza.

    Um abraço.

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  28. Úrsula, obrigado. Olhe, o Sempre Poesia pode ser um cantinho pelo ar de aconchego com que você o adornou. Mas, pela elevação do tom poético ele se mostra um espaço amplo, com altas colunas.

    Abraço.

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  29. Ô Ediney, obrigado. Costumo dar a essa palavra "elegante" um sentido particular, uma certa forma de manejar a simplicidade de maneira harmônica. Aliás, sei lá se é mesmo particular ou se é o sentido dela mesma.

    Abraço.

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  30. Inteligente e sensível, como não poderia deixar de ser o que você escreve. Nós temos a maior sorte que você jorre feito fonte e nos regue a todos com sua doçura. Mas eu sei que no final do dia, você pode se sentir fraco. Perder muito de si mesmo enfraquece a gente e deixa os naturalmente fracos aos frangalhos. Você é forte, você se doa, por isso não precisa se preocupar nunca: se um dia precisar de transfusão, quem já recebeu de você, pode doar-te volta. Beijo grande grande, Marco!

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  31. Kenia,como é bonita a palavra transfusão, não é? Fundir-se além pelo sangue, pelo ânimo, pelos sonhos, pelo sol consumido em comunhão. Acho que todos precisamos de transfusão. Mas ela também ocorre quase sem percebermos, como aconteceu agora ao ler o seu comentário. Obrigado, querida.

    Beijão.

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  32. marcantonio, me desculpe discordar, mas, com versos como esses que nos traz, sua vida não é jamais um desperdício. licença de poeta, né.

    adoro vir aqui.
    beijos.

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  33. Marcantonio
    Que beleza de poema!
    Tema que poderia ser pesado, no entanto leve como pluma...
    Adorei, amigo!
    Grande abraço

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  34. Nina, que bom que você gosta de vir aqui. Traz luminosidade para cá. É, licença poética. Em parte, em parte...

    Beijo, Nina

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  35. Olá Zélia! Obrigado. É verdade, poderia ser bem pesado se não tivesse alguma ironia, e até um leve humor.

    Mas que beleza aquele seu MOMENTO!

    Grande abraço!

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  36. Marco, em resposta ao marcador "serei poeta?":

    "Seria possível isso não ser um poema? Em que nicho estaria, então, entre a prosa, a canção, a música e a emoção-que-encontra-o-pensamento-que-encontra-palavras?
    As palavras se rebelam contra essa condição de incerteza. Poema sim. Dos bons."

    Poeta sim. Dos bons.

    deu pra entender?

    um beijo pra ti

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  37. Marco, conhecendo teu espaço, tua poesia.

    O que é o poeta senão um desperdício de si mesmo? Um vazar tresloucado.

    bela expressão poética dessa "realidade".

    bjs.

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  38. Andrea, você me colocou numa sinuca de bico! Rs.
    Claro que enquanto estava postando esse comentário lá, me lembrei do que você havia dito aqui. O "Serei poeta?" e o "Talvez poema" significam a mesma coisa, um se referindo ao criador, o outro à criatura.
    Esse meu pudor! Tá bom, tá bom! Vou pensar. Rs.

    Um beijo.

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  39. Ana Lucia, que bom que você chegou por aqui. Esse seu "vazar tresloucado" é muito bom. Somos doidivanas, como diria o Fouad Talal.

    Obrigado pela visita que irei retribuir com o maior prazer.

    Beijo.

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  40. Muito interessante
    o desperdício de si mesmo...

    Adorei!

    Um abraço,
    doce de lira

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  41. Ô Renata, que bom vê-la de novo aqui! E essa sua simpatia irrestrita. Obrigado. Mas fico matutando uma forma de não ser tão perdulário, de poupar-me. Rs.

    Abraço!

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  42. licença poética, quis dizer, motivos poéticos. como eu se disesse num poema, por exemplo, "ninguém me quer". a minha filha me quer, oras, mas é um desvario poético, um motivo. desculpa a má expressão.

    outro beijo.

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  43. Nina, eu não estava corrigindo a sua expressão não. Eu jamais faria isso. Eu pus uma vírgula depois do ( É,...) Como se dissesse:"É, você tá certa, escrevi como licença poética". Na verdade, não achei má expressão. Acho licença de poeta muito mais legal. Pois é ele que se apodera dessa licença.

    Logo, não há o que desculpar.

    Beijo.

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  44. "Enquanto nós tentamos me conter."
    Este versos me traz tantas imagens...
    Lau, suas poesias são supreendentes, obrigado por me oferecer estas pérolas :)
    Beijos.

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  45. Isabella, obrigado. E não é que você me chamou de Lau? (Só pode ser o Siqueira). Nada de mau nisso, pelo contrário, afinal aprecio muito o trabalho dele. Embora não o tenha conhecido pessoalmente, estive bem próximo. Participei de um salão de Arte em João Pessoa quando ele era diretor da Funjope, instituição que organizava o evento. Muito bom poeta.

    Beijo.

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  46. Marco, pela sinuca de bico, um sorriso pra ti!

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  47. A passagem por aqui transforma-se em um caso típico de encantamento sem volta! Lindo poema, lindo blog também. Sigo-te! Bjão!

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  48. Daniela, gostei do que você disse. Compensa este meu desperdício, rs.

    Obrigado, querida.

    Beijo.

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