terça-feira, 15 de junho de 2010
Tensão e Densidade
1
Estando tenso
serei mais denso?
2
Não estou sobre o poema rabiscado.
(não sou peso de papel),
nem no poema obturado.
Remoto, não me escondo aqui.
A bem da verdade,
com um remoque em mente,
não estou nem aí.
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Serei Poeta?
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Agora só consigo pensar no peso de papel, rs. Deve ser o que faço muitas vezes.
ResponderExcluirBons poemas-aforismos, Marcantonio.
Beijos.
Muito interessante, Marcoantonio! Muito!
ResponderExcluirEstando tensos estaremos mais densos?
Minha modesta opinião: não.
Tenho sido muito tensa vida afora e, agora, numa hora irreversível , ando tão fluida, tão levada pelo vento...
Enormíssimo abraço, amigo!
o título do poema me remeteu a um livro de Italo Calvino chamado Seis propostas para o próximo milênio e em um dos ensaios ele discorre sobre a leveza na literatura e tem uma imagem que me ficou marcada que é a de Perseu derrotando a Górgona com o auxílio de suas sandálias aladas,
ResponderExcluirabração
descontraído, brincalhão e teve um encaixe final entre as palavras.
ResponderExcluirBjs.
Marquito, que coisinha hein. Você me lembrou sabe de quem? Milan Kundera e sua insustentável leveza do ser. Minha mente faz as conexões mais improváveis... =)
ResponderExcluirGostei muito, como já é de praxe. Beijoca!
Ah, não sei, Marcantonio, pode ocorrer o contrário: a tensão abrir vazios, forçar espaços e fazer, de repente, pairar acima de. Não seria?
ResponderExcluirabraços,
tania
Você não é um peso de papel; é um guardador de palavras.
ResponderExcluirnão estás, és...
ResponderExcluirQue interessante isso, Marco! fiquei pensando sobre tensão e densidade...acho mesmo que um chega a ser o reverso, o avesso do outro. A tensão nos estica, nos puxa pra fora de nós mesmos, nos coloca no limite de um elástico. A densidade, ao contrário, nos espalha para dentro, expandimos tanto internamente que ocupamos todo o espaço com aquilo que somos. Gosto do que é denso, do que tem consistência (de preferência fluída - e não me diga que isso é um paradoxo..rs). Mas o tenso me incomoda, como se me puxassem contra a vontade.
ResponderExcluir(bah! cá estou cheia de tagarelices hoje... e olha que estou afônica...rs)
Gostei demais. E, ser peso de papel, definitivamente não é pra ti.
um beijo grande
Lara, obrigado. É a imagem de que mais gosto no poema, peso de papel. Sabe-se lá de onde surgem essas coisas!
ResponderExcluirBeijo.
Zélia, certa vez, um artista me disse que havia deixado de praticar meditação porque, embora se sentisse bem, junto com a tensão perdia a capacidade de criar. Será? Seria, então, o caso de perguntar sobre o que é melhor: se distender na vida ou se estender na arte? Se você, assim fluida, assim levada pelo vento, cria aqueles belos poemas, então não há vínculo necessário entre tensão e densidade.
ResponderExcluirUm abraço, querida. Obrigado pela colaboração!
Assis, estou tendo de acreditar mais na sincronicidade junguiana: postei esse poeminha ontem; hoje pela manhã estava lendo o "Sobre a insustentável sensação de deslocamento" e estava lá a citação de Calvino: "Tudo aquilo que escolhemos e apreciamos pela leveza acaba bem cedo se revelando de um peso insustentável". E agora você lembra o Calvino! Pois é.
ResponderExcluirAbração!
Luiza, que bom que me fiz brincalhão. Esse negócio de nos levarmos excessivamente a sério nos faz perder as medidas. Acho que já passei da mais séria idade! Rs.
ResponderExcluirObrigado, querida.
Beijo.
Tânia, eu acho que você está certa. É difícil a ausência de tensão. Se ela existe é como ambição ou lenta conquista. Achei muito intrigante isso da tensão criar vazios. Creio que é verdade.
ResponderExcluirNa poesia acho que perde-se a coerência para não se perder o poema. Fica o paradoxo, a proposição livre para ser refletida.
Que bom vê-la aqui, Tânia!
Abraço!
Bípede, obrigado. Sei o que você quer dizer. Mas me imaginei um guardador de vagas em estacionamentos de palavras. Rs. (Humm, essas minhas analogias de gosto duvidoso... Rs).
ResponderExcluirFico feliz quando você aparece aqui. Abraço.
Ribeiro, muito legal essa sua passada por aqui.
ResponderExcluirFiquei encafifado: sou... tenso? Denso? Peso de papel? Rs.
Grande abraço!
Andrea, essa oposição que você fez entre tensão e densidade foi muito boa. Densidade como ocupação, bem pensado. Quanto a consistência fluida não acuso nenhum paradoxo, rs. Aliás, veja acima o que a Zélia disse.
ResponderExcluirAndrea, gosto muito desses desdobramentos que você propõe aqui. Que tagarelice o que!
Melhoras para você.
Beijo.
Kenia! Como você pode ver aí no comentário do Assis, as conexões não são improváveis nem insustentáveis. Digamos a insustentável tensão de ser. Se não me engano, era Edmund Husserl que quando lhe perguntavam sobre como ia, costumava responder "tirando um certo desconforto de ser, tudo bem". Rs.
ResponderExcluirBeijo, Kenia!