THE LITTLE VAGABOND
Dear mother, dear mother, the Church is cold;
But the Alehouse is healthy, and pleasant, and warm.
Besides, I can tell where I am used well;
Such usage in heaven will never do well.
But, if at the Church they would give us some ale,
And a pleasant fire our souls to regale,
We’d sing and we’d pray all the livelong day,
Nor ever once wish from the Church to stray.
Then the Parson might preach, and drink, and sing,
And we’d be as happy as birds in the spring;
And modest Dame Lurch, who is always at church,
Would not have bandy children, nor fasting, nor birch.
And God, like a father, rejoicing to see
His children as pleasant and happy as He,
Would have no more quarrel with the Devil or the barrel,
But kiss him, and give him both drink and apparel.
O PEQUENO VAGABUNDO
(Na tradução de Alberto Marsicano)
Querida Mãe, Querida Mãe, a igreja é fria
Mas a taverna é saudável, agradável &quente;
E posso dizer que lá me tratam bem.
Pois nem no céu passaria tão bem.
Mas se na Igreja Cerveja pudessem dar
E um bom fogo a nossas almas regalar,
Por todo o dia rezaríamos &cantaríamos,
E da Igreja jamais nos afastaríamos.
Então o Pastor poderia pregar & beber & cantar
Seríamos tão felizes qual aves primaveris a voar,
E a Senhora Bebedeira, sempre na Igreja em oração,
Não teria filhos franzinos, nem jejum nem punição.
E Deus como um pai que se regozija em ver
Seus filhos como ele, amáveis e felizes a valer,
Não teria mais querelas com o Diabo e o Barril,
Mas lhe daria vestes, bebida &beijos mil.
O PEQUENO VAGABUNDO
(Na minha livre tradução-adaptação)
Querida mãe, querida mãe, a Igreja é fria,
Mas a Taverna é agradável, quente & sadia;
Além disso, digo: tratam-me bem por lá,
De um modo que não sei se no céu haverá.
Mas se na Igreja a cerveja nos fosse dada,
E um bom fogo a nos manter a alma animada,
Cantaríamos e, rezando o dia inteiro,
Não teríamos fora da Igreja paradeiro.
O pastor a pregar & beber & cantar,
E nós felizes como aves soltas no ar;
E Dona Abandono que na igreja tem abrigo,
Não teria filhos fracos, jejum ou castigo.
E Deus, pai amoroso que se alegra em ver
Seus filhos, como ele, felizes em viver,
Com o Diabo e o Barril não mais altercava,
Mas dava-lhe roupa & bebida e então o beijava.
O PEQUENO VAGABUNDO
(Na minha libérrima tradução-adaptação)
Ô mãe, minha mãe, na igreja é uma friagem,
Mas no boteco caloroso há sadia vadiagem;
E ainda lhe garanto: por lá só pratico o bem
E de um modo que no céu não me cairia bem.
Mas se na Igreja nos servissem boa cerveja,
Em meio ao calor que alma humana deseja,
Toda gente rezaria & cantaria pela madrugada
A nave da Igreja de gente viveria abarrotada.
O Pastor bebendo, a pregar & a cantar louvores,
E seríamos como pássaros na estação das flores.
E a Senhora Conversão na Igreja faria história
Sem crianças tristes, nem jejum ou palmatória.
E Deus, como pai camarada que folga em ver
Os filhos sadios, e vivendo com prazer,
Não faria mais encrenca ao Diabo & à garrafa do “elixir”,
Mas lhe daria beijos, um copo e roupa que vestir.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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Excelente!
ResponderExcluirFico com a sua tradução libérrima.
admirável a gradação que constróis entre as diferentes versões do texto de blake. por momentos ocorreram-me duas imagens: a do bonacheirão frei tuck aspergindo cerveja pelos amigos na floresta, enquanto despedia cantares populares; a de nietzche que, olhando para os rostos fechados das pessoas que abandonavam a igreja após o culto, dizia que jamais acreditaria num deus que fosse capaz de lavar os rostos com as águas da tristeza e da dor. (referência muito livre, também :-)).
ResponderExcluirum abraço, marcantónio!
Muito, mas muuuuuiiiiiiito interessante! As duas traduções.
ResponderExcluirFico encantada com seu talento, Marcantonio...
Enorme abraço!
Obrigado, Bípede. Até que foi divertido fazê-la.
ResponderExcluirAbraço.
Jorge, quanto ao frei Tuck não me ocorreu, mas tem tudo a ver. Já Nietzsche, este me acompanha sempre, e quando li o poema de Blake,logo me lembrei do filósofo que faz, a meu ver, a mais pertinente crítica à Igreja. Obrigado, Jorge.
ResponderExcluirGrande abraço!
vc é sensacional.... adorei!
ResponderExcluirbjinho
Ô Zélia, obrigado. Sinceramente, fico muito feliz quando você passa por aqui e me deixa o seu estímulo.
ResponderExcluirSim, um enorme abraço!
Ô Susana, a culpa é do Blake do qual sou ardoroso
ResponderExcluiradmirador! Obrigado, querida.
Beijo.
Gostei da sua libérrima.
ResponderExcluirBacanérrimo teu espaço!
ResponderExcluirMe senti em casa...
Em plena comunhão com o pecado! Adorei as versões, sobretudo a terceira; tenho "queda" por superlativos.
Tyger, tyger eu gritaria na noite imensa. Mas entre o livre e o libérrimo, prefiro o último como salvação para males que não tem. Deus e o Diabo do Bergman, revelação, apocalipse, idade das trevas, também poderia ser na Terra do sol de Glauber. Como queria Bergman o artista verdadeiro abre seu caminho de bem-aventurança sem fiar-se em religião e deuses.
ResponderExcluirabração
...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
TE SIGO TU BLOG
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
AFECTUOSAMENTE
MARCANTONIO
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE BLADE RUUNER , CHOCOLATE, EL NAZARENO- LOVE STORY,- Y- CABALLO.
José
Ramón...
Blake é mesmo maravilhoso. E teu olhar na libérrima adaptação é fantástico. Muito bom, Marcantonio! ;)
ResponderExcluirum beijo
Libérrima e maravilhosa adaptação, Marcantonio!
ResponderExcluirAbraços,
Tânia
Gerana, muito brigado.
ResponderExcluirAbraço.
Cris, obrigado pela visita. Adorei aquele poema feito a quatro mãos com o Jorge. Também aquele seu SEM RETRATO é especialíssimo ( e esse superlativo não é para lhe agradar ). Gostei bastante do Trem da Lira, e nele embarco daqui em diante como leitor.
ResponderExcluirAbraço.
José Ramon, obrigado.
ResponderExcluirSaudações afetuosas.
Andrea, obrigado. Blake é incomum; poeta e artista de caminho próprio e desafiador.
ResponderExcluirUm beijo.
Tânia, obrigado.
ResponderExcluirAbraços.
Assis, é isso aí. Bem apropriada a lembrança de Bergman a respeito da religião.
ResponderExcluirUm abração!