Entendi, enfim, que não se trata de mudar a forma das coisas, mas de apurar a percepção. Nada mudará essencialmente, senão a forma como a tudo percebo.
Se há diferença entre descoberta e invenção, a minha estratégia é me descobrir como se me inventasse.
A marionete que adquiri consciência, não rompe os fios que a movimentam; passa a perceber a si mesma como sendo a razão da cena. A dança só se encena no dançarino.
Um rio. Um barco. Neste, eu mesmo com os remos nas mãos. Grandes espelhos ao longo das margens: o rio movimenta o barco, movo-me com o barco enquanto o movimento, e movo-me nas margens se flagro a mim mesmo de lá me observando.
Sem Título - Aquarela e lápis aquarelável - Marcantonio
Meus olhos pararam nas águas aquareladas primeiro: bonitas águas, belo trabalho! Mas, enfim prossegui (hoje era um dia só do sentir, sem a parceria do pensar, mas olha você fazendo o sentir pensar...rs). Descobrir ou inventar???? SE há diferença entre uma coisa e outra...não, acho que não, sabia? Toda descoberta legítima é uma invenção. O olhar recria a poesia, recria a obra de arte, enfim, olhar é criar, eu acho.
ResponderExcluirMas eu estou só pensando ainda...Seu texto me pôs a pensar...
Abraço, Marcantônio
"Se há diferença entre descoberta e invenção, a minha estratégia é me descobrir como se me inventasse."
ResponderExcluirQue coisa mais bela!!!
Kenia, obrigado!
ResponderExcluirAbraço.
Tânia, filosoficamente eu me inclino a crer nisso. O que não será invenção? Inventamos uma realidade móvel, e, contraditóriamente, inventamos uma estabilidade que a sustente. O olhar inventa enquanto é inventado por outro olhar (isso tá ficando complicado). E a razão, esta invenção, nos manda tratar "descobertas científicas" como teorias!
ResponderExcluirAbraço.